Ronaldo Carletto é o político que mais destinou emendas parlamentares para Eunápolis

Nos últimos anos, a política em Eunápolis tem sido marcada por uma crescente rivalidade entre os apoiadores do atual prefeito Robério Oliveira e da deputada estadual Cláudia Oliveira, ambos filiados ao PSD. Essa disputa, frequentemente acirrada, transborda para eventos públicos, onde aliados dos Oliveiras tentam silenciar ou intimidar adversários políticos — inclusive figuras eleitas democraticamente — que não seguem a mesma linha ideológica do grupo.

A ausência de um posicionamento firme por parte de Robério e Cláudia Oliveira diante dessas atitudes tem chamado a atenção. Em vez de orientarem seus apoiadores a manterem o respeito e a ordem durante os eventos, os líderes do grupo têm se mantido em silêncio, permitindo que figuras de cargos comissionados — geralmente com remuneração próxima ao salário mínimo — ganhem notoriedade através do culto à personalidade dos Oliveira.

Entre os principais alvos dessas manifestações estão os membros do grupo Carletto, que apesar de não ocuparem cargos na administração municipal, continuam ativos na política e nas ações de desenvolvimento local. A tentativa de descredibilizar os Carlettos, no entanto, esbarra nos fatos: a família é responsável por movimentar a economia local, gerando centenas de empregos diretos e indiretos por meio de diversas empresas e projetos.

Em tempos passados, Robério e os Carlettos chegaram a caminhar juntos politicamente. Como é natural nesse meio, alianças se formam e se desfazem. Mas, ao analisarmos o legado de ambos para Eunápolis, uma pergunta se impõe: quem realmente destinou mais recursos para o município — o grupo dos Oliveiras e seus aliados ou Ronaldo Carletto?

Robério costuma destacar suas parcerias políticas: três senadores (Otto Alencar, Ângelo Coronel e Jaques Wagner), os ex-governadores Rui Costa e Jerônimo Rodrigues, além de sua esposa Cláudia Oliveira, deputada estadual em segundo mandato. Ele próprio já foi deputado estadual por dois anos. Mas quais foram os benefícios concretos, em forma de recursos, que essas alianças trouxeram para Eunápolis?

De acordo com informações do gabinete do deputado federal Neto Carletto, desde o período em que Ronaldo Carletto exerceu mandatos como deputado estadual e federal, até os dias atuais com Neto na Câmara, Eunápolis já recebeu R$ 17.200.445,00 (dezessete milhões, duzentos mil e quatrocentos e quarenta e cinco reais) em emendas parlamentares.

Confira alguns dos recursos destinados pelos Carlettos para Eunápolis:

2015

• R$ 1,2 milhão – Ministério das Cidades (pavimentação no Urbis I, II e Vivendas Costa Azul)

• R$ 500 mil – Ministério da Saúde (equipamentos)

2016

• R$ 1,44 milhão – Pavimentação com piso intertravado (Dinah Borges e Urbis I)

• R$ 1.018.408 – Recuperação da estrada vicinal da Colônia

• R$ 681.592 – Manutenção de estradas no distrito da Colônia e povoado Ponto Maneca

2017

• R$ 2 milhões – Pavimentação do Centro com integração à Zona Norte

• Castramóvel (R$ 120 mil), Odontomóvel (R$ 250 mil), Centro de Parto Normal (R$ 690 mil)

2020

• R$ 150 mil – Instituto Federal da Bahia (campus Eunápolis)

2021

• Veículo para a Polícia Rodoviária Federal

2022

• R$ 1,5 milhão – Equipamentos para a Saúde

• R$ 2 milhões – Pavimentação

• R$ 5 milhões – Custeio da Saúde Pública

2023

• R$ 575 mil – Custeio da Atenção Básica

• R$ 1.476.445 – Média e Alta Complexidade

• Trator (R$ 240 mil) para Associação dos Trabalhadores Rurais 3 de Julho

• Poço artesiano (R$ 149 mil) no povoado Carvalho Lisboa

• Viatura da PRF (R$ 150 mil)

2024

• 500 unidades habitacionais viabilizadas por Neto Carletto no bairro Boqueirão

Além disso, durante o período em que Ronaldo Carletto foi deputado estadual, também foram viabilizadas casas populares, construção de barragens, sistemas de água, energia rural, reforma do Hospital Regional, sanitários e ações de apoio à cultura local, como as filarmônicas.

Vale destacar que alguns recursos destinados por Ronaldo Carletto foram devolvidos à União por falta de apresentação de projetos técnicos por parte do município, o que impediu a execução das obras.