A sessão ordinária, seguida de duas extraordinárias, da Câmara de Vereadores de Eunápolis para votar o projeto de lei complementar de número 07/2022, do Poder Executivo, que trata do reajuste do salário dos profissionais do Magistério foi marcada por tumultos, protestos e também por agressões à equipe da Rádio Ativa FM.
Os repórteres Mestre Binha e Aline Cabral, foram xingados e destratados por homens identificados como servidores públicos do município que estavam presentes ao auditório a Casa na manhã desta quinta-feira, dia 05 de maio.
Os professores, que lotaram o auditório, em greve desde o dia 19 de abril, reclamam porque o projeto que concede reajuste de 14,42% deixa de fora do Piso Nacional do Magistério, os professores de Nível I que vão receber R$ 3.256,00 conforme aprovado pela Câmara.
Os dois repórteres trabalhavam no auditório, onde manifestantes contrários e favoráveis ao projeto se concentravam. Ao tentar entrevistar uma professora, a repórter Aline Cabral Guerra, conhecida como Aline Wernek, foi hostilizada e teve seu equipamento danificado. Ela foi xingada de “palhaça” e “vagabunda” entre outras ofensas. Em seguida, foi cercada no local pelos manifestantes favoráveis ao projeto 07/2022, identificados, posteriormente, como servidores do município em horário de trabalho.
Professores e colegas de trabalho evitaram que as agressões progredissem para um possível ataque físico. Um dos homens foi identificado como Elias Gonçalves Rufino, um ex-árbitro de futebol hoje lotado na Secretaria da Casa Civil, cujo titular é o marido da prefeita da cidade. “A imprensa é que nem um cachorro, sempre atrás de comida. Fale seu nome! Você está a serviço de bandido”. Disseram os agressores.
As imagens do tumulto foram registradas com uma câmera portátil e um telefone celular. Um vídeo das agressões foi entregue à polícia civil, na tarde desta quinta-feira, durante registro dos fatos junto à autoridade policial. A jornalista registrou um Boletim de Ocorrência da Primeira Delegacia Territorial da 23ª Coorpin, em busca das devidas providências, relatando “dano material, injúria e ameaça”.
A Assessoria da Câmara de Vereadores informou que o presidente da Casa, Jorge Maécio (PP), após esses fatos se reuniu com todos os seus pares e com o secretário de Governo, Osvaldo Soares Filho, e decidiu suspender, por 60 dias, a entrada desses agressores, impedindo-os de participar de sessões públicas no recinto. Em seguida ele ouviu a jornalista em seu gabinete e informou essas providências adotados. Ao lado da Chefe de Comunicação, jornalista Rose Marie Galvão, que também prestou solidariedade à colega, Maécio disse que a vítima ficasse à vontade para adotar as medidas legais cabíveis.
Aline recebeu solidariedade dos professores, do repórter Maxsuel Gonçalves e também do vereador Francis Gabriel (PTC).
A Direção da Rádio Ativa FM emitiu uma Nota Pública de Repúdio, dizendo que “recebeu a notícia com profunda indignação e esclarece que presta todo apoio necessário à profissional neste momento tão delicado”. A Nota diz ainda que “a agressão a um profissional da imprensa têm como objetivo intimidar e constranger os profissionais configurando-se flagrante violação a um pilar da democracia, que é a liberdade de imprensa”.
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