O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), subiu à tribuna nesta quinta-feira (20) para criticar o Ministério Público e dizer que há uma tentativa de “desmoralizar homens públicos de bem”.
Renan é citado nas delações de ex-executivos da Odebrecht. Atualmente, ele é réu em um processo no Supremo Tribunal Federal por peculato (desvio de dinheiro público) e responde a outros 16, sendo 13 somente na Lava Jato (quatro em razão do que disseram os delatores).
“Tem bastado ao Ministério Público, para acusar – lançando dezenas de parlamentares na vala comum da corrupção –, que o criminoso, acuado, cite os nomes desejados e, como recompensa, abiscoite isenção de penas e regularize o patrimônio roubado”, afirmou o senador em plenário.
“Presenciamos, portanto, o envenenamento da democracia pelo açodamento em desmoralizar homens públicos de bem, condenados antes mesmo do processo se instaurar, afrontando o poder eleito. Este é o grande engodo das cruzadas moralistas. A generalização deixa marcas em inocentes e os abusos soterram direitos fundamentais”, acrescentou o senador, em outro trecho do discurso.
Abuso de autoridade
Renan Calheiros foi o responsável por apresentar um projeto que prevê punições a juízes e a integrantes do Ministério Público se houver abuso de autoridade.
Esse projeto já foi criticado diversas vezes por ingrantes do MP e também por parlamentares, sob a argumentação de que o objetivo é intimidar investigadores e limitar a atuação deles nos processos.
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