
Eunápolis, município localizado no sul da Bahia, enfrenta há anos um cenário de desgaste administrativo que parece resistir às mudanças de gestão. Não importa quem assuma o poder, a população segue arcando com um custo elevado para manter uma estrutura política que beneficia principalmente grupos políticos e empresários aliados. Esse ciclo vicioso, sustentado por práticas questionáveis, levanta dúvidas sobre as verdadeiras prioridades dos governantes: atender às necessidades da sociedade ou preservar privilégios para um grupo restrito?
Na cidade, cada vereador dispõe de quatro assessorias para auxiliar em suas atividades, mas, para a maioria dos 17 edis da Câmara, esse número é visto como insuficiente. A razão não está na demanda do trabalho legislativo, mas nos compromissos firmados durante as campanhas eleitorais. Ao prometerem empregos a apoiadores políticos em troca de votos, muitos vereadores se veem obrigados a cumprir acordos que vão além de suas funções, distorcendo o papel que deveriam exercer: fiscalizar o Executivo e propor leis em benefício da população.
O Executivo conta com o apoio de 13 dos 17 vereadores, o que demonstra que a maioria dos edis dificilmente exercerá uma fiscalização efetiva sobre a gestão municipal. Para cumprir as promessas feitas aos eleitores, sem recursos suficientes em seus gabinetes, esses parlamentares recorrem ao prefeito em busca de favores, como a oferta de cargos e empregos no Executivo, negociados em troca de apoio político. Muitos desses vereadores usam o tempo na tribuna para parabenizar o prefeito, como se a função do vereador fosse apenas elogiar o Executivo, em vez de fiscalizá-lo e cobrar resultados concretos para a população.
Essa prática tem consequências graves para os moradores de Eunápolis. Vereadores, que deveriam representar os interesses da população, acabam priorizando benefícios pessoais e de seus aliados, negligenciando a fiscalização de contratos suspeitos, a cobrança por melhorias nos serviços públicos e a criação de leis que atendam às reais demandas do município. Enquanto isso, áreas como educação, saúde e infraestrutura continuam marcadas por deficiências, e os recursos pagos pela sociedade por meio de impostos são desviados para sustentar uma rede de favores que privilegia poucos em detrimento do bem coletivo.
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