O presidente Michel Temer disse, em entrevista no sábado (27), que a reforma da Previdência deve ser votada em fevereiro e que ele não será candidato à reeleição neste ano. O peemedebista foi um dos entrevistados no novo programa do apresentador Amaury Jr., na TV Bandeirantes.
A conversa faz parte do esforço do presidente para melhorar a sua imagem e tentar explicar ao público a reforma da Previdência. Ele também gravou uma participação no programa do apresentador Silvio Santos, no SBT, que foi ao ar na noite deste domingo (28).
A entrevista pouco resvalou em questões políticas e econômicas. Temer defendeu o seu legado, principalmente na área econômica, citando como exemplos o teto dos gastos públicos e a reforma trabalhista. Sobre a reforma da Previdência, ele disse ser mais uma necessidade do que uma obsessão sua. “Precisamos já fazer uma reforma da Previdência para que mais adiante não seja necessária uma reforma radical”, declarou.
A aposta, segundo o presidente, é que a reforma já está sendo absorvida pela população, o que repercutirá no Congresso Nacional. “E tenho certeza que, em fevereiro, conseguiremos fazer a reforma da Previdência”, disse.
Temer negou que queira ser candidato à reeleição nas eleições deste ano. O presidente revelou que deseja ter uma vida mais tranquila. “Quero ser lembrado lá na frente como o sujeito que fez as reformas indispensáveis para o País”, disse.
Fake news
Temer também reclamou que é alvo de notícias falsas, que classificou como “um mal para o País”. “Deve-se estabelecer uma certa responsabilidade” sobre o que se publica na internet, apontou. Questionado sobre qual notícia mais o atingiu, ele lembrou de quando se espalhou que ele era um satanista, em especial nas eleições de 2010.
“Foi uma coisa brutal, tive que organizar um grupo muito grande para combater essa questão”, disse. “Uma ou duas pessoas colocam isso na internet e começa a se propagar.”
Reforma
De volta ao Brasil após a sua viagem a Davos, na Suíça, Temer terá uma semana dedicada à reforma da Previdência. Ele cancelou a viagem que faria a Portugal na sexta-feira (02), por ocasião da 13ª Cimeira Brasil-Portugal, para se concentrar no tema.
O governo precisa garantir os 308 votos necessários para aprovar a reforma na Câmara dos Deputados, prevista para ser votada em 19 de fevereiro. O Executivo estima que tem 275 votos, de acordo com o relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA).
Na avaliação do presidente, em caso de derrota no Congresso Nacional, o governo terá o discurso de que “fez a sua parte” e passará a responsabilidade aos parlamentares, que seriam obrigados a assumir uma postura perante seus eleitores. O discurso de que sem a reforma “não haverá aposentadorias” no futuro foi reforçado pelo presidente e seus ministros em vídeos publicados recentemente.
Fonte: Osul
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