Tem crescido consideravelmente o número de reclamações envolvendo a saúde pública em Eunápolis. Pacientes relatam esperar por mais de um ano para conseguir consultas com especialistas, retornos médicos ou até mesmo para a marcação de exames complexos, como biópsias. Em muitos casos, os exames chegam a perder a validade por falta de agendamento para retorno, o que agrava ainda mais o quadro clínico dos usuários. São pessoas que não têm condições de pagar por serviços particulares e dependem exclusivamente do SUS — um sistema já financiado pela sociedade, mas que, quando mais se precisa, não entrega o mínimo necessário.
Além da demora e da omissão, surgem denúncias graves de favorecimento político no acesso aos serviços. Vereadores estariam utilizando sua influência para nomear “marcadores de exames” dentro da Secretaria de Saúde, o que permitiria furar filas e priorizar pacientes ligados a seus grupos políticos. Essa prática tem prejudicado diretamente pacientes em situações delicadas, que, mesmo com laudos médicos, continuam à espera de uma chance de serem atendidos. Casos extremos, como o de uma idosa de 95 anos, acamada e com necessidade urgente de fraldas prescritas por um médico, escancaram o problema: mesmo após denúncia protocolada no Ministério Público no fim de 2023, nenhuma providência foi tomada a tempo. A senhora faleceu em dezembro de 2024, sem ver seu direito respeitado.
Apesar de parte dessas reclamações se referirem à gestão anterior, a atual administração municipal precisa encarar os problemas com responsabilidade e agir com firmeza para reparar os descasos. O prefeito Robério Oliveira tem o dever de dialogar com a Secretaria de Saúde e promover um mutirão para zerar as filas acumuladas nas unidades do município. É urgente garantir que os direitos dessas pessoas sejam respeitados. Não se trata apenas de números em uma lista, mas de vidas que estão sendo ignoradas por um sistema que deveria promover dignidade e justiça social.
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