O grupo terrorista EI (Estado Islâmico) voltou a fazer ameaças contra o Mundial. Em um novo vídeo, os terroristas prometem “um massacre como nunca visto” na Rússia. A mensagem foi publicada em vários canais e chats extremistas nesta sexta-feira (15), um dia após a abertura da competição.
No vídeo, o EI diz que pretende se “vingar” da Rússia e do presidente Vladimir Putin devido ao envolvimento em operações contra o grupo terrorista na Síria. O vídeo termina com imagens panorâmicas dos estádios, como o de Sochi, sendo atingidos por explosões à bomba provocadas por drones.
Especialistas internacionais em contraterrorismo acreditam que o vídeo não passe de uma fantasia, mas alertam para o risco de “lobos solitários” seguirem os chamados do grupo terrorista e agirem na Rússia. De acordo com Rita Katz, da agência SITE, jihadistas do EI têm postado nas últimas horas campanhas incitando ataques na Rússia e dando instruções detalhadas para atentados em restaurantes, shoppings centers e áreas de pedestres.
“Diante de várias derrotas militares na Síria e no Iraque, o Estado Islâmico está desesperado por atenção e tentando intimidar o público. Dito isso, faz sentido que eles lancem ameaças contra o Mundial”, disse Katz.
Essa não é a primeira vez que o EI ameaça cometer atentados durante o Mundial. Já o governo russo diz, há anos, que teme que terroristas russos que deixaram o país para lutar pelo EI na Síria retornem e cometam atentados.
Deputada
A líder do Comitê para as Famílias do Parlamento russo pediu na quarta-feira (13) que as suas compatriotas não façam sexo com estrangeiros que não sejam brancos durante o Mundial. À imprensa local, a parlamentar Tamara Pletnyova afirmou que transar com estrangeiros aumenta o risco de que as russas se tornem mães solteiras de filhos mestiços.
“Essas crianças mestiças sofrem e sofreram desde os tempos soviéticos “, justificou Pletnyova. “É uma coisa se eles são da mesma raça, mas outra bem diferente, se eles são de uma raça diferente. Eu não sou nacionalista, mas mesmo assim sei que as crianças sofrem. As crianças são abandonadas, e é isso, acabam ficando aqui com a mãe”, afirmou a deputada do Partido Comunista KPRF, que costuma apoiar o presidente Vladimir Putin em votações importantes.
Os comentários geraram controvérsia. Os russos brancos, segundo o censo de 2010, correspondem a 81% da população do país – o restante inclui minorias étnicas como turcos e mongóis. O comentário da deputada foi motivado por uma pergunta relacionada aos chamados “filhos da Olimpíada” de Moscou, em 1980. O termo é considerado pejorativo e normalmente é associado a russos de ascendência africana, latina ou asiática – que sofrem preconceito no país, principalmente em cidades do interior.
A frase sugere que essas pessoas teriam sido concebidas durante os jogos, por mulheres russas que se relacionaram com estrangeiros. Nos anos 1980, ainda sob a régua do comunismo soviético, métodos contraceptivos eram raros no país. Ainda segundo Pletnyova, as russas devem “se casar por amor, independente de sua etnia”.
A entidade máxima do futebol estima que 1 milhão de turistas estrangeiros visitem a Rússia durante o Mundial, que começou oficialmente na quinta-feira com partidas em 11 cidades, até 15 de julho.
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