O prefeito Robério Oliveira, reeleito para o quarto mandato e conhecido por sua afinidade com festas grandiosas, reuniu parte da imprensa, vereadores, servidores e aliados políticos para anunciar mais uma edição do Pedrão 2025. O evento, que contará com atrações de renome nacional e cachês elevados, acontece enquanto Eunápolis ainda tenta lidar com o peso de ser, em 2023, a 10ª cidade mais violenta do Brasil. A festa, embora tradicional e culturalmente relevante, revela um contraste gritante com a realidade vivida por milhares de moradores.
É inegável que o Pedrão movimenta a economia local. O comércio vende mais, ambulantes encontram oportunidades, e a população, por alguns dias, se distrai da dura rotina. A cultura popular tem seu valor, e a celebração faz parte da identidade do povo nordestino. No entanto, a grande questão que permanece é: onde estão as prioridades? Enquanto os holofotes estão no palco, os bairros seguem mergulhados em abandono, com ruas intransitáveis, escolas em situação precária e unidades de saúde sem estrutura básica.
Um exemplo emblemático é o bairro Dinah-Borges. A Rua Bogotá, já prometida em diversas campanhas por Robério, continua intrafegável, agora servindo de depósito para uma máquina quebrada da empresa contratada para as obras que nunca avançaram. O cenário se repete em outras comunidades, onde a poeira, a lama e a insegurança fazem parte do cotidiano. O prefeito continua apostando em promessas de asfaltamento e melhorias, como fez em seus mandatos anteriores, mas a prática mostra um governo desconectado da realidade.
Entre os projetos frequentemente mencionados pela gestão estão os conjuntos habitacionais construídos com recursos do governo federal e a pavimentação de ruas pela cidade. No entanto, essas ações não atenderam às reais necessidades do município. Após quase 20 anos de governos estaduais e federais aliados a Robério Oliveira e sua base política, os avanços trazidos para Eunápolis são insignificantes. A busca constante por votos para aliados não se reverte em melhorias concretas para a cidade, que segue esperando por investimentos e gestão eficaz.
A Câmara de Vereadores, composta por 17 parlamentares, sendo 13 deles aliados fiéis ao prefeito, tem se mostrado omissa diante desse cenário. Em vez de cobrar soluções, muitos vereadores optam pelo silêncio e por acordos políticos que envolvem cargos e benefícios. O povo, que paga impostos e sobrevive em meio ao descaso, se pergunta até quando continuará sendo enganado por promessas vazias. A festa acontece, mas a cidade clama por seriedade, respeito e gestão comprometida com o bem coletivo.
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