Após a Coreia do Norte testar com sucesso um míssil balístico intercontinental na sexta-feira (28), o ditador norte-coreano, Kim Jong-Un, afirmou que todo o território dos Estados Unidos está agora ao seu alcance.
Citado pela agência de notícias oficial KCNA, Kim afirmou que o teste demonstrou a capacidade da Coreia do Norte para lançar um ataque “em qualquer lugar e momento” e “confirmou que todo o território continental dos Estados Unidos está agora ao nosso alcance”.
Segundo a agência estatal, Kim Jong-Un supervisionou pessoalmente o disparo, que percorreu 998 quilômetros, durante cerca de 47 minutos, e atingiu uma altitude de 3.725 quilômetros. Para o teste, foi usada uma versão atualizada do míssil Hwasong-14.
O míssil foi lançado de Mup’yong-ni e percorreu sua trajetória até cair no Mar do Japão, segundo o Pentágono. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, qualificou o teste como uma ação “temerária e perigosa” que isolará ainda mais os norte-coreanos.
“Os Estados Unidos condenam esse disparo e rejeitam o argumento do regime de que esses testes e essas armas garantirão a segurança da Coreia do Norte. Na realidade, têm o efeito oposto”, afirmou Trump. “Ameaçando o mundo, essas armas e esses testes isolarão ainda mais os norte-coreanos, debilitando sua economia e prejudicando seu povo”, completou. Trump prometeu adotar “todos os passos necessários para garantir a segurança do nosso país e proteger nossos aliados”.
Após o teste norte-coreano, os Estados Unidos e a Coreia do Sul anunciaram exercícios militares utilizando mísseis terra-terra. Nas manobras, são usados o sistema de mísseis terra-terra ATACMS (Army Tactical Missile System) e mísseis sul-coreanos Hyunmoo II.
Até a China condenou “as violações da Coreia do Norte das resoluções da ONU”, mas, ao mesmo tempo, pediu a “todas as partes envolvidas que mostrem prudência e evitem agravar a tensão” na península coreana.
Sanções
Pyongyang provocou reações da comunidade mundial em 4 de julho, quando testou o seu primeiro míssil balístico intercontinental, que, segundo especialistas, poderia atingir o Alasca. Depois do teste, os Estados Unidos pressionaram a ONU (Organização das Nações Unidas) para que adotasse medidas mais duras contra Pyongyang.
A ONU impôs seis pacotes de sanções contra a Coreia do Norte desde que o país testou pela primeira vez um dispositivo atômico, em 2006, mas duas resoluções aprovadas no ano passado endureceram significativamente essas medidas.
Até agora, a estratégia dos Estados Unidos, tanto do governo de Donald Trump quanto do de Barack Obama, não deu frutos. Apesar de um fortalecimento das sanções internacionais e da pressão da ONU sobre a China, o regime de Kim Jong-Un continuou com seus programas militares balísticos e nucleares.
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