Começa a ruir o discurso de aliados do presidente Michel Temer, de que as revelações da delação premiada do empresário Joesley Batista não vão comprometer o andamento das reformas econômicas. Na manhã desta quinta-feira (18), o relator da Reforma Trabalhista no Senado, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), divulgou nota à imprensa a respeito da suspensão da tramitação do projeto no Congresso até a conclusão da crise política.
“A crise institucional que estamos enfrentando é devastadora e precisamos priorizar a sua solução, para depois darmos desdobramento ao debate relacionado à reforma trabalhista”, afirmou o relator. Ferraço também disse que “não há como desconhecer um tema complexo como o trazido pela crise institucional. Todo o resto agora é secundário.”
Com fortes resistências de sindicatos e movimentos sociais, a reforma inclui um conjunto de alterações na legislação trabalhista, baseado nas negociações entre patrões e empregados, que passariam a ter valor de lei. Juntamente com a Reforma da Previdência, é um dos principais compromissos do governo Temer.
Nesta quarta-feira o jornal O Globo divulgou trechos da delação premiada do empresário da JBS Joesley Batista, que incluiu uma gravação em que o presidente Temer avaliza o pagamento de propina ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para que este não fizesse um acordo de delação premiada com a Operação Lava Jato.
Temer também teria indicado o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) como o recebedor de propinas que estariam associadas a um benefício concedido pelo presidente para a JBS. Rocha Loures foi gravado pela Polícia Federal recebendo uma mala da empresa contendo 500 mil reais.
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