
A permanência de políticos condenados no poder revela um sistema falho, onde a morosidade judicial e a fragilidade da fiscalização tornam a Lei de Improbidade Administrativa letra morta. O Judiciário até condena, mas raramente retira esses agentes da vida pública com a urgência necessária. O resultado é perverso: a impunidade se transforma em incentivo à reincidência, corroendo os pilares da administração pública e desmoralizando as instituições de controle.
Mas há também uma responsabilidade coletiva. Em Eunápolis — como em tantas cidades brasileiras — parte do eleitorado continua a reeleger figuras marcadas por escândalos, motivado por promessas imediatistas, apadrinhamento político ou simples descrença na mudança. Assim, a corrupção se banaliza, a má gestão se normaliza, e o futuro da cidade permanece sob controle de velhos caciques que se perpetuam no poder apesar das condenações.
A democracia não se sustenta quando cidadãos tornam-se reféns de criminosos de colarinho branco. A continuidade de políticos com histórico de improbidade e desvio de recursos públicos no comando de prefeituras representa mais do que um problema jurídico — é uma afronta à dignidade coletiva e à confiança nas instituições.
Romper esse ciclo exige mais do que a atuação tardia da Justiça: é preciso educação política, pressão popular e comprometimento das instituições. Caso contrário, Eunápolis seguirá sendo um retrato fiel de um Brasil onde o crime político, infelizmente, ainda compensa.
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